Está confirmada a presença do zika
vírus no Ceará. Conforme nota técnica divulgada, ontem, pela Secretaria da
Saúde do Estado (Sesa), já são dez casos da doença. O órgão esclarece que, após
constatação, na segunda quinzena de maio, do aumento de atendimentos por
patologia exantemática indeterminada, iniciou-se a coleta de amostras dos casos
suspeitos da febre pela doença de pacientes atendidos no Hospital São José de
Doenças Infecciosas (HSJ).
Ao todo, 55 amostras foram coletadas
e encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará. Das 14
analisadas até o momento, dez foram confirmadas para a doença. As demais
permanecem em análise. A nota técnica não especifica, entretanto, quais
municípios estão com a circulação do vírus.
Márcio Garcia, coordenador de
Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, afirma que 50 amostras eram de Fortaleza e
cinco de outros municípios. Contudo, a Sesa ainda aguarda a identificação de
cada caso. “Pela avaliação clínica, a gente sabe que há casos suspeitos em
várias partes do Estado. No momento, trabalhamos com a estratégia de vigilância
sentinela, com o objetivo de saber se o vírus estava instalado no Ceará. Até
porque não temos condições de fazer diagnósticos em grande escala, pois eles
são feitos por poucos laboratórios. Tem que ser por amostragem”.
A nota técnica destaca também que o
Ceará, assim como outros estados, aguarda orientações oficiais por parte do
Ministério da Saúde para implantação da vigilância da febre por zika vírus. O
documento enfatiza que a doença não é de notificação compulsória. Portanto, não
há obrigatoriedade de notificação e investigação laboratorial.
Gravidade
O Ministério da Saúde informa que a
doença não tem gravidade e é caracterizada por febre baixa, hiperemia
conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores em
articulação) e exantema maculo-papular (erupção cutânea com pontos brancos ou
vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.
Por ter um quadro clínico muito
semelhante ao da dengue, o coordenador da Sesa explica que as diferenças são
basicamente que a febre pelo zika é mais baixa, às vezes até inexistente, e
causa coceira intensa. Outra diferença que cita é a gravidade. “Os casos de
zika não têm a mesma gravidade dos da dengue. Ele tem uma evolução benigna”.
Em função da similaridade do zika
vírus com a dengue, o gestor alerta que devem ser mantidas as mesmas rotinas
que garantem o adequado seguimento do protocolo de manejo clínico, visando
reduzir a ocorrência de casos graves ou óbitos. “Se tem um quadro parecido com
o do sarampo, que seja feito o mesmo protocolo, como o manejo clínico para os
casos de dengue, assim a gente garante que o paciente tenha atendimento compatível
com a doença”.
O Ministério da Saúde informa que, em
conjunto com as secretarias de Saúde dos estados e municípios, confirmou
laboratorialmente, até 3 de junho, casos de zika vírus nos estados da Bahia,
Rio Grande do Norte, São Paulo, Alagoas, Pará, Roraima e Rio de Janeiro. “O
Ministério está monitorando a circulação do vírus e prepara documento técnico
com proposta de vigilância sentinela para todos os estados e municípios”,
assegura, em nota.
A doença tem um período de incubação
de aproximadamente quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete
dias. No entanto, acrescenta o Ministério, a maior parte dos casos não
apresenta sinais e sintomas e não há registro de morte associada. O vírus é
transmitido por meio da picada de mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite
a dengue. Por esse motivo, as medidas de prevenção e controle são as mesmas já
adotadas para a dengue e chikungunya.
O tratamento é baseado no uso de
paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o
uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias devido ao risco
aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. Orienta-se
procurar o serviço de saúde.
Fonte: Diário do Nordeste
fonte:http://somdaterrafm.com.br/index.php/2015/06/26/dez-casos-de-zika-virus-sao-confirmados-ce/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado...