Potengi, no Cariri-Oeste cearense, enfrenta atualmente uma epidemia de dengue e zica. O mosquito Aedes aegypti vem vencendo a guerra, e os 12 mil habitantes da cidade estão apavorados. Diariamente, aproximadamente 300 pessoas procuram as unidades de saúde apresentando sinais e sintomas de dengue ou zica.
A epidemia começou há cerca de quinze dias, conforme denúncia do radialista Josivan Rodrigues, a estimativa é que, aproximadamente 50% da população já contraiu uma das doenças causadas pelo mosquito. O radialista também denuncia que o número de agentes de endemias é insuficiente para garantir maior controle da situação, e que há muito lixo espalhado na cidade, especialmente em terrenos baldios.
Para Josivan é preciso que haja uma imediata intervenção do Governo Estadual, para que seja criada uma força tarefa pra combater a proliferação do mosquito na cidade e intensificar o trabalho educativo acerca do Aedes aegypti. “É o município do Cariri com maior incidência de casos até agora”, completou.
O médico, Luis Geraldo de Oliveira Neto, declarou que há cerca de vinte dias, uma média de 20 pessoas procuram a unidade de saúde sentindo algum sintoma de dengue ou zica, e que hoje, a média é 300 atendimentos.
“É uma situação de calamidade. Os profissionais de saúde também estão adoecendo, estamos com dificuldade de manter a escala porque a cada dia mais médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem contraem alguma das doenças. A maioria dos casos é dengue, Estamos precisando da ajuda do Governo do Estado para controlar a situação”, disse ele afirmando que constantemente chegam a unidade mista de saúde pessoas com os sintomas da dengue, aqui estamos fazendo uma média de mais de 200 aplicações de injeções e fazendo todo o tratamento que requer esse focos da dengue, os leitos apesar de ser uma unidade pequena estão abarrotados de pessoas para serem medicados e ficarem em estado de observação.
O Prefeito da cidade, Samuel Carlos Tenório de Alencar (PC do B), também apresenta sintomas de dengue, e estava inclusive acamado em sua residência. Ele informou que os profissionais de saúde e de outras secretarias estão mobilizados, e surgiram muitos voluntários, para orientar as pessoas e identificar criadouros do mosquito.
“As pessoas jogam a responsabilidade apenas na prefeitura, mas todos têm que ter consciência que é uma luta de todos. As redes sociais estão aí, diariamente, alertando as pessoas. Todo mundo, na verdade, sabe o que fazer, mas não faz. Cada um tem que tomar consciência. 90% dos focos do mosquito foram encontrados nas residências, então não se pode dizer que tudo provém dos espaços públicos.”, pontuou o gestor.
Ele relatou que a situação está complicada até pra o funcionamento dos órgãos públicos, as unidades escolares do município, e do estado tiveram que parar as suas aulas, em função dos estudantes, diretores, servidores e estudantes terem contraído a dengue, além de outros órgãos públicos e privados porque grande parte dos funcionários está acamada, com sintomas de dengue ou zica. “Estamos pedindo socorro!”, completou.
A professora Ana Lúcia Santos, disse que todas as escolas paralisarão as atividades nesta segunda-feira, porque é grande o número de alunos, professores, diretores e outros servidores doentes. “Está impossível trabalhar. Pra todo lado que a gente se vira tem um aluno pedindo pra ser liberado porque está se sentindo mal. Na minha escola, as salas de aula já estão praticamente vazias, cinco professores estão sem ir trabalhar há uma semana, e até a diretora está doente.”, disse.
Luciano Lima, é estudante, e falou da importância da colaboração de todos. “É preciso que seja montada uma força-tarefa sim, mas o papel mais importante é o de todos nós moradores. Não adiantará nada se cada um não assumir a sua responsabilidade. Não acredito que seja somente falta de informação, porque o assunto está mais do que debatido nas mídias. Falta mesmo é consciência e vontade.”, concluiu.
FONTE: MISÉRIA
