Ceará enfrenta em 2016 seu 5º ano de seca ( FOTO: Amaury Alencar ) |
As previsões feitas pela Funceme em janeiro sobre uma maior probabilidade de
2016 ser um ano de seca se confirmaram, e a quadra
chuvosa foi 45,2% menor em relação à média para os meses de fevereiro,
março, abril e maio. As informações foram divulgadas pelo órgão nesta
segunda-feira (13) e ratificaram a preocupação diante do quinto ano de estiagem
no Estado. Na série histórica desde 1951, o ano de 2016 ficou entre os dez
piores resultados.
A média de chuvas no Estado para esse quadrimestre,
medida entre os anos de 1981 e 2010, é de 600,7 mm. Neste ano, a
média de chuvas ficou em 329,3 mm, caracterizando a oitavo
pior quadra chuvosa já registrada no Ceará. Em 2016, o Estado
apresentou um quadro de chuvas pior do que em 2015, quando teve desvio de
-30,3%.
Tendência para 2017 é incerta
Em entrevista coletiva na sede da Fuceme, o presidente do órgão, Eduardo
Sávio Martins, disse a tendência de chuvas para o próximo ano permanecem
incertas, em vista de ainda ser recente para qualquer previsão. No entanto,
ressaltou que já há um quadro de resfriamento no centro do Oceano Pacífico,
em torno de 60%, mas que é preciso a influência negativa do
aquecimento, decorrente do fenômeno El Niño, ocorra em toda a região oceânica.
Contudo, Eduardo Martins disse que a quadra chuvosa desfavorável neste
ano revela um panorma preocupante com as reservas hídricas do Estado. Dos 153
reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos
Hídricos (Cogerh), 25 estão secos e 39 no nível morto. O Açude do
Castanhão dispõe atualmente de 8,8% da sua capacidade, estimada em 6,7 bilhões
de metros cúbicos.
"O estado é tão crítico que temos que reforçar que todos os usos
das águas disponíveis devem ser prioritários", afirmou o presidente da
Funceme. Ele observou que todos os meses da quadra tiveram chuvas abaixo da
média, com destaque negativo para fevereiro (-55,3%), seguido de abril
(-47,8%), maio (-46,6%) e março (-36,2%).
Além disso, todas as regiões do Estado tiveram precipitações abaixo da
normalidade, sendo aJaguaribana a mais afetada, ficando 54,5%
abaixo da média, seguida de Sertão Central e Inhamuns (-52,3%), Ibiapaba (-45,7%), Maciço
de Baturité (-45,7) e Cariri (-42,9%).
Desvios menores foram registrados no Litoral Norte (-38,9%)
e Litoral de Fortaleza (-39,1%). OLitoral de Pecém teve
menor desvio (-25,1%).
Previsão inicial foi de 65% de probabilidade abaixo da média
Previsão inicial foi de 65% de probabilidade abaixo da média
No início do ano, a
Funceme já prevera que o Ceará enfrentaria em 2016 o seu quinto ano de
estiagem. Na ocasião, o órgão informou que havia probabilidade de 65% de a
quadra chuvosa ser abaixo da média; 25% em torno da média; e apenas 10% acima
da média.
Pós-Estação Chuvosa
Conforme a Funceme,
ainda tem sido observada a ocorrência de algumas chuvas no Ceará, mas tratam-se
de eventos isolados provocados por sistemas conhecidos como distúrbios
ondulatórios de leste, ou ondas de leste. O órgão destaca que a média de
precipitações para esse período é considerada baixa: 37,5 mm, 15,4 mm e 4,9 mm,
em junho, julho e agosto, respectivamente.
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