Os moradores de Campos Sales poderão ficar sem água até o final deste ano, se o governo do Estado não perfurar poços profundos ou não levar água da adutora construída na serra do Desapregado, no município de Araripe, que fica a uma distância de 33 km, para atender a demanda.
Além do risco de ficar sem abastecimento, há ainda reclamações por conta da qualidade da água que é atualmente distribuída pela rede da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Pedro Feitosa da Silva reclama da péssima qualidade. “A água que chega em nossas casas vem com mal cheiro, imprópria pra fazer as atividades domésticas. Estamos comprando de carros pipas do Estado de Pernambuco, para poder consumir”, afirma. Segundo ele, o problema é antigo, e o mais lamentável de tudo é que além de não terem a prestação de um serviço condizente, estão sendo cobradas tarifas exorbitantes. O morador sugere a entrada do Ministério Público na questão para determinar a suspensão das cobranças, uma vez que o serviço não vem sendo prestado. “Se isso não acontecer nós iremos até o escritório do órgão, com latas vazias na cabeça para protestar, porque o que estão fazendo com a população é muito descaso. Eu estou indignado porque o mês passado, mesmo não consumindo a água da Cagece, paguei em torno de R$ 150 e, esse mês, veio uma fatura no valor de R$ 300. Isso é um absurdo pontua Pedro.
O contador Cézar Cals de Andrade também se refere à má condição da água fornecida pela Companhia, mas justifica ser oriunda do principal reservatório que abastece a cidade, o açude Poço de Pedra, que está secando. “Desse modo, a água fornecida pela Cagece representa um risco á saúde da população”, frisou.
A água que vem de Pernambuco é vendida a R$ 1,50 a lata, e isso representa um custo muito alto para boa parte das famílias carentes do município, falou Maria José da Silva, moradora do Distrito de Carmelópolis. “No distrito em que resido, tem família, que está pagando, valores de R$ 70 ao Sisar e só tem água uma vez por dia”. O coordenador da Defesa Civil do município, Afonso Carlos, disse que por conta do problema muitas áreas rurais estão à beira de um colapso. Segundo ele o Açude Poço da Pedra não tem nem 3% de sua capacidade, que é de 52 milhões de metros cúbicos. Em nota, a Cagece informou que tem empreendido esforços no intuito de garantir a qualidade da água distribuída em Campos Sales.
Além do baixo nível de acumulação de água, o açude que abastece a cidade, também possui elevado grau de eutrofização, o que dificulta o tratamento.
A nota ainda esclarece que a água distribuída não apresenta agentes patogênicos que possam causar riscos à saúde da população. E destaca que a Companhia realiza rigoroso controle de qualidade, tanto na Estação de Tratamento de Água (ETA), quanto na Rede de Distribuição de Água (RDA) em todos os municípios que opera.
Fonte: Jornal do Cariri
e http://www.miseria.com.br/?page=noticia&cod_not=171599
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